quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Beleza para seu Ambiente

Versatilidade do mobiliário ajuda na decoração de imóveis pequenos, com conforto para o proprietário e beleza para o ambiente

A oferta de apartamentos com um e dois dormitórios tem crescido no mercado paraibano. Outro nicho são os flats usados por turistas e, também, por pessoas que escolhem essa opção de moradia para facilitar o dia a dia. É possível encontrar em João Pessoa imóveis pequenos que variam de 37m² a 45m² e dispõem de um quarto. Além de unidades de 55m² a 60m² com dois dormitórios, a partir daí, o tamanho dos apartamentos varia de 70m² a 90m², já considerados espaços medianos.
De acordo com levantamento do tecnólogo em Negócios Imobiliários, Fábio Henriques, em agosto deste ano, as construtoras paraibanas ofereceram mais de duas mil unidades com um ou dois dormitórios. Para os arquitetos especialistas em ambientação de interiores, o desafio está em congregar em espaços pequenos itens essenciais para a rotina do morador. “As pessoas que optaram por morar em um apartamento pequeno necessitam das mesmas coisas que teriam em uma residência. Quando falamos da sala de estar, por exemplo, é preciso um sofá, mesa de centro, mesa lateral, enfim, objetos que são utilizados no dia a dia”, explica a arquiteta Larissa Vinagre.
Para ela, encontrar soluções práticas que organizem os objetos necessários em uma moradia é o grande desafio da ambientação em espaços pequenos. “Observar a dinâmica de vida dos moradores é o primeiro passo na ambientação. Em seguida, é avaliar com o cliente o que, de fato, ele vai utilizar no apartamento para, em seguida, propor soluções”, revela Larissa.
O uso do espaço diariamente mostra a necessidade do morador, ao mesmo tempo em que, nas áreas menores, as peças escolhidas para mobiliar os ambientes possuem tamanhos diferenciados e têm maior funcionalidade do que as usadas em unidades amplos. Exemplo disso são os sofás. Os modelos retráteis são mais utilizados. Eles dão conforto para ver um filme, por exemplo, ou servem de cama. Além disso, alguns escondem nichos para guardar objetos, roupa de cama ou brinquedos.
“A palavra chave para quem mora em ambiente pequeno é organização”, afirma Larissa Vinagre. E, completa dizendo que “aproveitar os espaços vai além de projetar armários ou prateleiras. É possível organizar o local com peças que tenham uma função a mais, como os sofás que possuem espaços para guardar objetos ou as camas com nichos para acomodar a própria roupa de cama”, explica a arquiteta.
A versatilidade impera na ambientação de áreas reduzidas: nenhum objeto é pensado por acaso ou apenas para ocupar espaço, ao contrário, todo mobiliário precisa aproveitar o espaço e ter mais de uma função. Mesas de canto ou de centro abrigam luminárias, peças de decoração, mas também têm função de revisteiro ou podem ser utilizadas como mesas de apoio para notebook ou durante uma refeição.
“Essa versatilidade é fundamental na ambientação de apartamentos menores e uma aliada quando o projeto está finalizado, assim o cliente pode utilizar o espaço da melhor forma”, afirma a arquiteta Suellen Montenegro. Para ela, a grande dificuldade em projetos desse tipo é encontrar peças em tamanhos menores. “A grande maioria das fábricas trabalha com tamanhos padrões, que são produzidos para espaços medianos”, diz.
Demanda do mercado resulta em loja especializada
E foi justamente a dificuldade em encontrar peças apropriadas para espaços pequenos que fez com que as arquitetas Larissa Vinagre e Suellen Montenegro abrissem uma loja especializada nesses ambientes. A Design PP nasceu da experiência das arquitetas e da necessidade de encontrar soluções criativas para a ambientação de pequenos espaços. “Como não há fábricas específicas em peças menores, a gente costuma dizer que busca o que há de menor em cada fábrica. As peças são diferenciadas e com design inovador”, afirma Larissa.
O cliente que opta por morar em apartamentos pequenos é variado. Segundo as arquitetas, a grande maioria é de recém-casados que adquiriram o primeiro imóvel. Além de pessoas idosas, que já criaram filhos e netos e que adotam um estilo de vida mais funcional do pequeno apartamento. Outra parcela é formada por pessoas solteiras.
Ainda de acordo com as arquitetas, o custo de ambientar um pequeno apartamento é quase o mesmo de peças encontradas em lojas para espaços medianos. “Como não há uma produção específica em tamanhos diferenciados, o preço acaba sendo equivalente. O que fazemos mesmo é garimpar as peças mais adequadas, como sofás de até 1,30m de tamanho ou mesas de canto com 20cm de largura. Além de investirmos em design”, diz Larissa.
Aproveitar os espaços é o trunfo na decoração de imóveis menores
Quando se pensa numa moradia de 37m², 45m² ou 60m² a sensação pode ser claustrofóbica ao lembrar que ela deve comportar quarto, sala, cozinha, banheiro e, ainda, ser possível circular nela. Por isso é necessária a presença do arquiteto especialista em ambientação e design de interiores. O profissional vai, junto com o cliente, trabalhar o espaço para que seja possível acomodar as peças fundamentais para o dia a dia.
Algumas soluções propostas envolvem, muitas vezes, retirar paredes. Há casos que é possível usar a largura da parede em um armário. “Pode parecer pouco, mas se somarmos os 15cm da parede mais 30cm do armário, podemos ter 45cm apenas para o armário e este servirá também como divisor do ambiente”, explica Larissa Vinagre. A arquiteta utilizou desse recurso em projetos e o efeito surpreendeu os moradores.
“Atualmente, as construtoras têm reduzido o tamanho do quarto. No apartamento do casal cliente optamos por substituir a parede que dividia o quarto e sala, por um armário. Projetamos um móvel de 50 cm de profundidade, ganhamos espaço no quarto para circulação e, na sala, os moradores ganharam um painel decorativo em madeira. Os ambientes permanecem divididos, há privacidade e eles ganham funcionalidade”, conta Larissa. Ainda na decoração, cores claras e espelhos dão mais amplitude ao ambiente. “Mesas em vidro e cadeiras em acrílico contribuem para ampliar os espaços. As peças transparentes são materiais mais leves que podem compor um conjunto harmonioso”, diz a arquiteta.
Dicas - Tenha objetos funcionais, pois não há espaço para guardar coisas que não serão usadas; Manter tudo no lugar adequado é essencial; Escolha cores e tons suaves e claros que aumentam, de forma natural, um espaço reduzido; Os espelhos são um dos melhores recursos para fazer qualquer espaço crescer; Use peças versáteis que tenham múltiplas funções, como mesas de canto múltiplas ou sofás retráteis; Na cozinha escolha mesa que possa ser afixada à parede ou aberta na hora das refeições.
Outro recurso usado pelos profissionais é projetar armários das cozinhas e quartos do teto até o chão, além de portas de correr. Segundo a arquiteta Camila Uchoa, que trabalha na Dellano, nos armários do quarto é preferível que as portas tenham poucas divisões. “É melhor que o armário tenha duas ou três portas grandes, dependendo do tamanho, ao invés de várias portas pequenas. O efeito visual amplia o ambiente e é mais elegante”, revela.
Os corredores de circulação dos apartamentos, dependendo da largura, também podem receber armários, que são usados principalmente para abrigar louças, livros, álbuns, cd’s ou dvd’s. “Se o espaço dispõe de corredor é possível aproveitar o local e projetar a estante-armário para abrigar desde objetos de decoração até roupa de cama. Esta solução é melhor do que distribuir pequenos armários pelo apartamento”, diz Camila Uchoa.

Fonte : Revista Edificar

Dicas de Um Consultor : Nivaldo Taciano

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